quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr




Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda luz que não podemos ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.

       Toda luz que não podemos ver é exatamente o tipo de livro que gosto de ler, se passa na Segunda Guerra Mundial e conta uma história que envolve todo o continente, de alguma maneira, até mudando o rumo da guerra. Porém, como gosto e já li muitos livros desse tipo, percebi que o livro de Anthony Doerr não foge ao estereótipo, são todos extremamente parecidos, cada um com sua história, seus lugares, claro, mas sempre com o mesmo tipo de enredo: os alemães maus, e os alemães bons. O soldado ruim, e o soldado bom. 
    É engraçado como a maioria desses livros não mostram o lado dos americanos, ou dos russos, ou dos ingleses. Em A menina que roubava livros vemos o lado civil alemão, em O tempo entre costuras foca na Espanha e nos membros da realeza e política que foram para o Marrocos, mas basicamente, o lado da Espanha. Em Memórias de uma Gueixa, o lado japonês. Em O menino do pijama listrado, o lado alemão. Em A garota que você deixou pra trás, e agora em Toda luz que não podemos ver, vemos o lado francês.
    Também não focam na Guerra em si, pelo menos não no combate, não na estratégia e jogos de poder, mas nas pessoas que não estão diretamente envolvidas, aqueles que sofrem as consequências do combate: a fome, o medo, a perda, o sentimento de incapacidade perante as atrocidades que as pessoas veem. 
    
   Em Toda luz que não podemos ver, conhecemos Marie-Laure e seu pai Daniel, chaveiro no Museu Nacional de História Natural da França, onde Marie passa a maior parte do seu tempo, depois que ficou cega aos 6 anos de idade. Quando a Segunda Guerra chega a Paris, os dois fogem para Saint-Malo, uma cidade litorânea na Bretanha, cercada de muralhas, e se refugiam na casa do tio-avô de Marie, Etienne, um idoso que foi para a guerra e lá perdeu o irmão, ficando paranóico, e desde que voltou não saiu mais de casa. Madame Manec é a governanta que coordena toda a casa e vira uma mãe para Marie. 
   Ao mesmo tempo, na Alemanha, encontramos Werner e Jutta. Irmãos órfãos criados por Frau Helena em uma cidade onde todos vão trabalhar nas minas, onde seu pai morreu. Um dia Werner encontra um rádio, e acaba virando expert em concentrar rádios, de noite os dois se escondem no quarto de Werner para ouvir um programa de rádio em francês que fala de curiosidades do mundo, e essa é uma lembrança que ele vai carregar consigo quando chamado para estudar em uma escola nazista. Lá, ele se mostra muito inteligente e capaz no concerto de eletrônicos e logo constrói um aparelho que descobre ondas de rádio inimigas e onde elas estão. Mas a guerra necessita de mais e mais meninos para lutar, e ele acaba indo para a Rússia, onde encontra sua equipe e vão encontrar transmissões clandestinas de rádios. 
   Entre muitos traumas, um dia eles são chamados para Saint-Malo, quando a guerra já está no fim, e é aí que o destino dos dois personagens principais se cruzam. 
    Paralelamente, seguimos a história de um capitão, Von Rumpel, que sofre de câncer e não tem chances de cura. É um colecionador e especialista em pedras preciosas, buscando preciosidades para o museu do Füher, quando descobre da existência de um diamante que, segundo a lenda, torna imortal quem o possui. Com a esperança de curar sua doença, ele vai em busca do Mar de Fogo, que ficava guardado no Museu de História Natural, em Paris, até eclodir a guerra, quando foi mandado com um empregado do museu quando este fugiu de Paris. 

   É uma história mesmo cativante, a medida que você lê, percebe que as histórias de todos os personagens estão conectadas, mesmo depois de sua morte. A escrita de Anthony Doerr é muito fluída e os capítulos curtos, o que torna muito fácil de ler. O final me deixou um pouco triste, mas acho que foi o final perfeito para uma história triste. Enfim, vale a pena! Não achei o melhor do gênero, mas mesmo assim, muito bom. 





  •      Livro: Toda luz que não podemos ver 
  •      Autor: Anthony Doerr
  •      Lançamento: 2014 
  •      Editora: Intrínseca
  •      Páginas: 528





  • 2 comentários:

    1. Olá! Estou louca para per esse livro desde o ano passado, quando vi o lançamento. Adora histórias ambientadas na Segunda Guerra, então acho que esse pode me agradar muito, já que lança a perspectiva pelo lado francês. Realmente ler pelo tablet é ruim mesmo, tira um pouco da emoção, mas que bom que você gostou!

      www.nemteconto.org

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      1. É ótimo! Se você gosta de romances ambientados na Segunda Guerra, vai adorar esse! E ler pelo tablet tira mesmo a emoção! Obrigada pela visitinha Cecília!
        Beijos!

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